sábado, 5 de janeiro de 2013

2013 muito mais meu

 Santo, orixá, mantra, reza, oração, superstição, olho grego, 7 pulinhos, sal grosso, pimenta, água santa. Nem sei se acredito em tudo isso, mas investi em todos os rituais para 2013. É verossímil que eu nem tenha mais fé. Mas insisto em querer acreditar em algo, em me apegar a alguma coisa, talvez transcendental. Sempre tive como filosofia mor o amor, um sentimento sem oferta, tão natural quão gratuito, porém você alcança um momento, uma hora em que afadiga só oferecer, a exaustão é tanta que você quer receber também. São nessas horas, apenas nessas finitas horas, que o egoísmo impera como um rei altivo liberto de todo sentimento solidário. E o amor age como um ditador, e eu me pregunto, mas o que seria o amor? Quando mais me aproximo dele, ele escorre entre meus dedos o deixando ainda mais tênue. Ter fé em que? Acreditar em quem? Pessooas esquecem rapidamente, a amnésia meu caro é cruel, esquecem do que você fez ou faz e em segundos a fúria toma conta e as palavras machucam, essas ferem pontiagudamente, e esses ferimentos são os mais díficeis de cicatrizarem, e por fim, a mágoa toma conta. Todos esses rituais feitos por mim para um ano mais positivo me fizeram ser mais egoísta, ter um canto só meu e ser só minha. Mais do que um desejo ou voto de resolução, eu quero endurecer, não para evitar maiores sofrimentos pois isso é natural e inevitável, mas eu quero viver meus desejos primeiro, eu quero, eu quero, eu quero, eu quero... eu quero mais, muito mais amor em mim, pra mim, sempre.

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