quarta-feira, 21 de março de 2012

       - Meu caro, confesso que não entendo essa sua ânsia desmedida em sofrer e a sua supremacia quando o assunto é amar. Pra quê esse comedimento de sempre esperar pelo tempo? Deixe de mesquinhez, pedir nunca é demais. A dor é efêmera e a solidão é um jeito de se amar, também. Ocupe todos os espaços, viva a sua transitoriedade. Escute um rock'n'roll, abuse do blues, viver com música é um jeito mais fácil de barganhar na vida. Seja hipócrita com os caretas, a São Jorge peça proteção e saravá a todos os santos. Nada de senso comum, seja altivo quando o assunto for a sua felicidade. Simule um amor, talvez você possa ser a pessoa certa pra você. Se encontre nas ruas, se perca nas esquinas e sambe nos becos, deixe de viver na iminência, acabe com os pressupostos. Nada de comiseração, nem altruísmo, viva um pouco o seu egoísmo. Aproveite o seu paladar, deguste vários corpos, encontre o seu. Caia na boemia dessas noites vazias, peça uma tequila, embriagar-se tem o seu amavio.
                                                           
                            Esqueça o verbo sofrer, meu bem, ele não lhe convém.

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