sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Uma carta [...]

 Se tropeçarmos, tombaremos abraçados, juntinhos, como numa rima. Iremos dividir o mesmo cigarro, o mesmo gole, o mesmo cobertor, o mesmo abraço, os mesmos beijos e a mesma casa. Quero te lembrar que a sua realidade é minha e que o meu mundo é o seu. Não esqueça das noites em que dividimos a mesa, o café e o quarto. Não vá para tão longe. Ou melhor, não se vá. Não fique com medo, só há nós aqui, só há espaço para nós. Sou insegura e casa está desarrumada também, mas eu ponho em ordem, ponho a nossa vida, o nosso ninho, pode deixar, eu arrumo com carinho. Ajeito o seu cabelo, cozinho pra você, arrumo a cama, passo a sua roupa, sou o seu porto seguro, sou o seu mundo, se você quiser. Sei que sou um tanto ou um muito melosa, dramática e espaçosa, é que eu gosto de carinho, benzinho. Gosto de pés, mãos, boca, nuca, nariz e dois olhinhos. Gosto da poesia, da sinfonia e simetria que é dançar com você. Gosto de te ver tocar, de me embalar na tua voz e de me coçar na sua barba. Ah a sua barba! Essa ainda não é a hora da despedida e esta carta não é de partida,  mas de renovação de voto, de pedido e quem sabe de socorro. Um socorro de alguém que só sabe viver nos braços teus, um alguém com quem compartilhas o café e o coração, um alguém que te decifras só pelo olhar, um socorro de alguém que só sabe te amar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário